Semana passada em São Paulo, nos dias 18 e 19 de Agosto, foi realizado pela ANJ o 10º Congresso Brasileiro de Jornais, que nesse ano teve como principal tema “Ruptura, Inovação e Avanço”.Com o advento das mídias digitais e o consequente impacto que essa tecnologia trouxe para a indústria de jornais, o tema é bastante relevante, devendo ser observado com bastante atenção pela indústria, independente do tamanho da empresa jornalística.As palestras realizadas sobre esse tema, feitas por consultores estrangeiros como Jean-Marie Dru, presidente mundial da TBWA (França), autor do livro Além da Disrupção: Mudando as Regras de Mercado, com edição (papel) em português, e Ken Doctor, autor do livro Newsonomics (edição digital para Kindle), ambos vendidos na Amazon, levantaram questões importantes, que servem de ponto de partida para uma reflexão profunda sobre o futuro dessa indústria.Recomendo também os livros The Innovator´s Dilemma, de Clayton M. Christiensen, que mostra a dificuldade que as indústrias têm em fazer coisas diferentes do modelo em vigor, mesmo com a aplicação das melhores práticas, e The Future of the Newspaper Industry, de Kenton W. Elderkin, escrito em 1996, mas com um exercício de futurologia bastante interessante e ainda atual.Abaixo relaciono outros livros sobre o tema Inovação, que podem ser utilizados para as discussões internas e sessões de treinamento de grupos de trabalho. Praticamente todos esses livros são encontrados na Amazon.
Nome do Livro | Autor |
Como Aprender Mais | Geoffrey A. Dudley |
Criatividade e Grupos Criativos | Domenico de Masi |
Descarte Velhas Regras e Adote Novas Leis | Don Peppers e Martha Rogers |
Estratégias do Pensamento | Larry E. Wood |
Guia Valor Econômico de Inovações nas Empresas | Moyses Simantob e Roberta Lippi |
Innovation | Curtis R. Carlson e William W. Wilmot |
Marketing Lateral | Philip Kotler e Fernando Trias de Bes |
O Ócio Criativo | Domenico de Masi |
O Pensamento Lateral | Edward de Bono |
The Ten Faces of Innovation | Tom Kelley |
Where Good Ideas Come From | Steve Johnson |
A realidade é que fazer o dever de casa de pensar fora da caixa, em uma indústria em rápida transformação, é um desafio enorme, que terá que contar com a ajuda dos organismos de classe (ANJ, WAN etc), bem como com a permanente escuta ao mercado internacional de jornais, que sempre experimenta novos modelos de negócio.Os fatores gestão de pessoas e cultura organizacional, abordados nas palestras da Betânia Tanure, da PUC Minas e FDC e Deli Matsuo, vice-presidente de Pessoas e Tecnologia do Grupo RBS, mostram a importância de se pensar os talentos da empresa e de sua cultura interna antes de partir para os exercícios e prática da inovação.Um bom exemplo de inovação foi a apresentação sobre o ComuniQ, aplicativo móvel que ajuda a reunir o conteúdo oriundo de moradores, permitindo que os leitores facilmente compartilhem esse conteúdo através das mídias sociais, feito por Verônica Barros, Diretora de Mercado Leitor do Jornal do Commércio, em Recife, e Diretora do Comitê de Mercado Leitor da ANJ. Matéria sobre esse aplicativo encontra-se no meu blog da semana passada.O jornal da ANJ de Agosto mostra um resumo do que foi abordado no 10º Congresso.
Jornal Correio lança série de fascículos de Carybé sem custos para o leitor
Estratégia do diário de não cobrar valor adicional por fascículos promove o engajamento dos leitores no conteúdo.
Agosto de 2014 — O jornal Correio lança neste mês de agosto uma coletânea inédita de fascículos do argentino Carybé (1911-1997), artista plástico que adotou a Bahia até a sua morte, aos 86 anos. Serão dez edições publicadas em fascículos sempre as quintas e aos domingos do livro As Sete Portas da Bahia, obra rara e fora de catálogo, que apresenta recortes da cultura baiana.
A coleção, que será encartada a partir do dia 21 de agosto, pode ser adquirida gratuitamente graças a um patrocínio que custeou a obra. Assim, presenteando o seu assinante e o leitor que compra na banca, o jornal aposta no engajamento do público no conteúdo como estratégia para aumentar sua circulação paga e obter mais audiência em suas plataformas digitais.
“Sabemos que muitos impressos que distribuem coleções, além do preço do jornal, chegam a cobrar mais R$ 14,90 por um fascículo, prática que anaboliza a operação comercial, mas, que no fundo, não cria o valor do engajamento em relação ao leitor, nosso objetivo principal aqui no Correio”, explica a gerente de marketing do jornal, Alessandra Lessa.
O livro e seus temas — As Sete Portas da Bahia reúne mais de 200 ilustrações com cenários que descrevem a Bahia. O primeiro fascículo Feira de Água de Meninos é seguido por Festa do Bomfim, Conceição da Praia, Festa de Yemanjá até o último, Candomblé. Todos os fascículos têm textos de Carybé e de Jorge Amado explicando os temas.
A obra, que foi publicada em 1962 pela Editora Martins Fontes e mais tarde reeditada pela editora Record, encontra-se fora de catálogo comercial. “Esse livro dificilmente é encontrado por menos de R$ 150,00. Por isso, tivemos a idéia de fazer algo mais popular. Um livro de arte, quando muito, chega a 5 mil exemplares. Essa ação do Correio terá, no fim, distribuído 500 mil fascículos ao público”, destacou Gabriel Duarte, neto de Carybé e editor da Pan Artworks, editora responsável pela publicação.
A Coleção As Sete Portas da Bahia, realização do jornal Correio, tem patrocínio da Jotagê Engenharia e apoios do Instituto Carybé, do Shopping Iguatemi e da Prefeitura Municipal de Salvador.
O baiano Carybé — Nascido em 1911 em Lanús, um município da província de Buenos Aires, Carybé veio pela primeira vez para a Bahia em 1938 e apaixonou-se pela cultura local. Seus trabalhos exaltavam os rituais afro-brasileiros, a capoeira, as belezas naturais e arquitetônicas do Estado. Parte de sua produção, que engloba 27 painéis que simbolizam os orixás do candomblé da Bahia, encontra-se atualmente no Museu Afro-Brasileiro de Salvador, localizado no Terreiro de Jesus. As Sete Portas da Bahia foi lançado em 1962 e fala sobre a cultura baiana e suas peculiaridades. Carybé faleceu em 1997 de um ataque cardíaco em Salvador, onde está enterrado.
Sobre o jornal Correio — Maior jornal da região Nordeste, o jornal Correio, título pertencente ao grupo de comunicação Rede Bahia, tem circulação paga de 60 mil exemplares. O período 2009-2014 mostra que o diário cresceu 290%. O seu portal de notícias, Correio 24 Horas, é também o mais acessado na região Nordeste e na Bahia. Os números do impresso e da Internet são auditados pelo Instituto Verificador de Circulação (IVC). Em número de leitores, segundo o Ipsos Estudos Marplan EGM, é o diário, na Bahia, que tem a preferência de todas as faixas etárias, o mais lido em qualquer dia da semana e também o que tem o maior número de leitores exclusivos.
Fonte: Meio & Mensagem
Presidente do Grupo RBS destaca importância da inovação na indústria jornalística
Transformações promovidas nos veículos da empresa foram compartilhadas com jornais do país em congresso.
“Nunca se consumiu tanta informação como hoje, assim como nunca se consumiu tanta música ou se fez tanta imagem. Mas, diferente da indústria da música ou da fotografia, nós não vamos ficar parados: vamos nos reinventar, evoluir, transformar a maneira de fazer jornal. Esse é o nosso compromisso e a nossa visão. Não vamos somente manter nossa relevância e, sim, aumentá-la”, enfatizou o presidente do Grupo RBS, Eduardo Sirotsky Melzer, durante o 10º Congresso Brasileiro de Jornais, realizado pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), em São Paulo, nos dias 18 e 19 de agosto.Entendendo que os jornais continuam a ser um meio forte e eficaz na veiculação de notícias e de publicidade, Eduardo destacou no painel “Jornais em Movimento” a importância de os veículos romperem com a forma convencional e inovarem para atenderem melhor a seus leitores e anunciantes. “O que me inspira é o estado de espírito que está instalado em cada um de nós da indústria de jornais”, afirmou o executivo.Para exemplificar as ações que os jornais do Grupo RBS vêm implementando a fim de melhor atender os novos hábitos e preferências de seus leitores, Eduardo citou as reformulações gráficas e editoriais implementadas pelo jornal Zero Hora, o de maior circulação no Rio Grande do Sul. Tais transformações, que também envolveram uma reformulação da marca ZH e que foram realizadas em maio deste ano, quando o jornal completou 50 anos, se estenderam a todos os outros jornais do Grupo RBS, chegando nesta terça-feira (19) ao Diário de Santa Maria. Em ZH, essas mudanças foram responsáveis pelo aumento da circulação das edições digital e impressa e pela redução do número de cancelamentos de assinaturas.Como uma das primeiras empresas de mídia do país a reconhecer a necessidade de mudança de seus produtos para acompanhar os novos hábitos dos consumidores, o Grupo RBS vem servindo de inspiração para outras companhias do segmento. A estratégia envolve, entre outras ações, o engajamento e o alinhamento entre as áreas editorial, comercial, de produto e gestão de pessoas para fundamentar as transformações. As experiências foram compartilhadas ao longo do congresso com representantes de jornais de todo o país.O presidente do Grupo RBS valorizou a postura das demais empresas, ressaltando a importância de a indústria estar unida neste momento. “Existe hoje uma indignação em relação a qualquer possibilidade de diminuição deste que é um dos principais setores da economia do país. É preciso que estejamos unidos para enfrentar eventuais dificuldades e compartilhar soluções”, disse ele.
Fonte: ANJ