Publicado em Segunda, 06 Outubro 2014 17:24
Escrito por Nathália Carvalho0 Comentário
Executivos do Correio Braziliense, Correio da Bahia e Estado de Minas se encontraram na última semana para discutir mudanças feitas nos diários com o objetivo de se adequar ao novo cenário e monetizar no digital. A experiência das empresas foi compartilhada durante o Seminário Internacional de Jornais, organizado pela International News Media Association (INMA).
As possibilidades de distribuir conteúdo por meio das novas plataformas e as dificuldades de adaptação foram os pontos mais discutidos entre os executivos. Estiveram presente Alexandre Botão (Correio Braziliense), Luiz Albuquerque (Correio da Bahia) e Geraldo Teixeira (Estado de Minas).
Veja, abaixo, a opinião de cada executivo.
Geraldo Teixeira, Luiz Albuquerque e Alexandre Botão (Imagem Studio 3X)
Alexandre Botão, Correio Braziliense
“Como vamos consumir conteúdo nos próximos anos? A tecnologia muda o nosso jeito de consumir informação e não percebemos. Durante uma pesquisa feita pelo jornal, tentamos estabelecer como seria a informação nos dispositivos móveis e descobrimos que ela será customizada, intermitente e de geolocalização. Nos tablets e smartphones, esse pensamento é mais simples de entender, já que são plataformas que exigem customização. O leitor faz esse tipo de filtro e escolhe o que quer ver, ele está always-on. Atualmente, ninguém trabalha esses três pontos com total eficiência. Sabemos que o tráfego vem de dispositivos móveis, mas, quando vamos oferecer conteúdo para essas plataformas? E no futuro, o que vamos oferecer? Em minha opinião, precisa investir em conteúdo exclusivo e o usuário precisa ter facilidade para customizar o que quiser.”
Luiz Albuquerque, Correio da Bahia
“Reformulamos linguagem, formato, projeto gráfico, editorial e digital do Correio. Para isso, precisamos acompanhar as mudanças sociais e realizar pesquisas com levantamento de potencial de mercado. Quem lê o jornal atualmente percebe que muitas coisas mudaram. Nossa capa, por exemplo, segue o lema de ‘não ter fórmula’. Ou seja, ela muda de acordo com o conteúdo. O logo do jornal também sofre alterações e isso traz bastante flexibilidade. Além disso, o impresso ganhou seção de leitura rápida, inspirada nas notícias no formato para web, mais curtas. Crescemos em anunciantes e ficamos muito felizes por ter conseguido conquistar leitores jovens, com até 39 anos. É preciso levar em consideração o momento pelo qual passamos. Embora seja positivo, a publicidade no Brasil caiu de maneira expressiva. Temos expectativa de crescimento e por isso estamos trabalhando com projetos especiais, investindo em eventos e cadernos exclusivos. A nossa ideia é, nos próximos anos, não depender de receita publicitária e circulação. Queremos ampliar as áreas de negócios e usar extensão de marca para alavancar nossas receitas.”
Geraldo Teixeira, Estado de Minas
“Monetizar nas telas pequenas vai ser um grande desafio, maior do que foi nos desktops. No Estado de Minas, nossa missão é perenizar a marca. Nosso mercado está ficando para trás e deveríamos doar mais tempo para essas questões. No futuro, pretendemos parar de vender publicidade no modelo centímetro por coluna. Já temos clientes que estão preparados para apostar em novos modelos de anúncio. Além disso, estamos tendo a oportunidade de pegar nichos que não ganhamos dinheiro e criar produtos para eles. Estamos segmentando a nossa audiência. Fomos procurar a expertise das agências digitais para ajudar a integrar as coisas para os nossos clientes. Queremos continuar sendo relevantes e entregando soluções para que eles fiquem satisfeitos. Nosso grande desafio é como vamos formatar essa força de venda.”
Fonte: Comunique-se