26 de Outubro de 2019
Santa Catarina é um exemplo para o país, inclusive em relação à mídia impressa
por Marcello Corrêa Petrelli*
A morte dos jornais impressos foi muitas vezes anunciada por estudiosos da comunicação nas últimas décadas. Alguns afirmaram que deixariam de existir no ano 2.000. O ciclo da mídia tradicional estaria chegando ao fim com o advento da internet, o que não aconteceu. Ao contrário das previsões, hoje os jornais que souberam se reinventar, que se adaptaram aos novos tempos, continuam vivos. As mídias digitais, ao invés de serem as grandes vilãs da indústria jornalística, são aliadas dos impressos na divulgação dos conteúdos além do papel. Vivemos em plena era da informação e o consumo de notícias é cada vez maior.
É evidente que os jornais têm sido desafiados pelas novas mídias e pelos novos hábitos de consumir notícias. É um novo cenário que a tecnologia descortina para quem produz conteúdo. Há necessidade de inovar, de apostar na qualidade da informação, em novos formatos, capazes de conquistar o leitor. É preciso estar presente em todas as plataformas, no papel e no digital, distribuir a informação pelos canais convencionais e pelas novas infovias. Mas, antes de tudo, o jornal precisa ter relevância e não perder a conexão com a sua cidade e sua região.
Ao longo de treze anos o “Notícias do Dia” tem procurando sempre inovar, se adaptar à realidade do mercado, mantendo seu foco no jornalismo local e regional, fiel ao seu propósito de prestar serviço, informar, noticiar e formar opinião. Cremos que ainda muito há espaço em nossa região para um jornal que seja aliado do cidadão, porta-voz da sociedade e que esteja disposto a fazer um jornalismo sério e responsável.
Santa Catarina é um exemplo para o país, inclusive em relação à mídia impressa. Existem dezenas de jornais bem-sucedidos, que se mantêm há décadas atuantes, atendendo seus leitores e suas comunidades. Títulos como “A Gazeta”, de São Bento do Sul; “O Município”, de Brusque; “Correio Lageano”, de Lages; “Diarinho”, de Itajaí; “Diário do Iguaçu”, de Chapecó ; “Correio do Povo”, de Jaraguá do Sul ; “Notisul” , de Tubarão e “Tribuna de Notícias”, de Criciúma, continuam prestigiado pelos seus leitores e relevantes nas cidades onde circulam. O jornalismo regional é uma realidade em nosso Estado.
No Rio Grande do Sul, que tem grande tradição no meio impresso, “Zero Hora”, jornal “NH” e “O Pioneiro” continuam cumprindo o seu papel. Em todo o Brasil há jornais que se renovam e são referências nacionais como “O Globo”, “Folha de S. Paulo” e “O Estado de S. Paulo”. Nos Estados Unidos, o “New York Times” é editado em vários idiomas em vários países atingindo escala global. São exemplos da sobrevivência do papel, numa sinergia perfeita com o meio digital, para ampliar o conteúdo produzido nas redações.
Sabemos que a sobrevivência de um jornal está na forma como leitor se apropria dele como seu porta-voz. Neste sentido, o ND tem sido um defensor das boas causas e, graças à sua linha editorial construtiva, tem ajudado a sociedade a mudar a realidade. De forma responsável, contribuímos para a solução de problemas que afetam o cotidiano dos cidadãos.
Nós acreditamos na relevância e na força do jornal impresso. E no hábito de muitos leitores de receber casa seu exemplar, companheiro fiel das primeiras horas matinais. Nos dias de hoje a informação é fundamental para entender o mundo que nos cerca. E os jornais são os principais fornecedores de conteúdo de qualidade. Além disso, são os jornais que pautam emissoras de rádio, televisão, meios digitais e redes sociais, gerando grande repercussão.
Temos a satisfação de dizer que o “Notícias do Dia” está cada vez mais vivo e atuante. A edição deste final de semana traz novos conteúdos, novos colunistas e grandes reportagens. É nossa forma de dizer aos leitores da Grande Florianópolis que não vamos abandonar nossos leitores, que acreditamos na importância e força do jornal como veículo essencial para a sociedade. Por sermos, a partir de hoje, o único jornal impresso de Florianópolis, aumenta a nossa responsabilidade para manter e qualificar ainda mais nosso produto impresso.
É importante reconhecer e agradecer os leitores e os assinantes que pagam para receber o exemplar em sua casa. Ou buscam seus exemplares nas bancas ou pontos de venda. Os leitores são a razão principal de existirmos. Somos gratos também aos anunciantes que agregam suas marcas ao nosso produto e às empresas que acreditam no jornal para obter bons resultados para seus negócios ou como fonte confiável de informação. Entendemos que o jornal é importante enquanto tiver razão de existir, pela sua relevância e propósito. Por isso, renovamos nosso compromisso de manter uma linha editorial na defesa da verdade, do estado de direito, da cidadania, dos valores familiares e da democracia.
* Marcello Petrelli, presidente-executivo do Grupo RIC Santa Catarina