O passaralho da Folha nas últimas semanas, que cortou 14 jornalistas e 17 vagas, foi classificado pela ombudsman do jornal, Vera Guimarães, como “operação desastrosa”. Em coluna veiculada no domingo, 16, a profissional falou sobre o assunto e comentou, também, o desligamento dos colunistas Fernando Rodrigues e Eliane Cantanhêde. “O jornal ignorou aquele a quem serve – o leitor”, criticou.
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Para Vera, a dispensa dos colunistas é resultado dos excessivos enxugamentos. “As redações não têm mais gordura para cortar e a mira se volta para os maiores salários, dos quadros com cargos superiores e/ou maior tempo de casa. Na frieza da planilha, a dispensa de um profissional antigo pode poupar meia dúzia (ou mais) de vagas”, explicou.
Eliane e Rodrigues escreviam para a página 2, na coluna ‘Brasília’, de maneira alternada. Eliane, que tinha 17 anos de casa, às terças, quintas, sextas e aos domingos. Rodrigues, com 27 anos de Folha, às quartas e aos sábados. Após as demissões, o impresso anunciou o nome dos novos profissionais a ocupar o lugar dos demitidos: Bernardo Mello Franco e Igor Gielow.
A ombudsman do impresso ressalta, ainda, que a Folha errou ao se esquecer dos leitores e não apresentar razões para os desligamentos. “O jornal só se manifestou no domingo, mas a reportagem não mencionava razões. Mais uma vez, abdicou de explicar com clareza uma decisão motivada por contingência ruim”. Vera acredita que essa atitude abre espaço para que outras pessoas contem a história, com versões diversas. “Nesse caso, fomentaram-se até teorias de que as saídas teriam ocorrido por pressão do Planalto”.
Fonte: Comunique-se